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A HISTÓRIA DAS COISAS ANNIE LEONARD

Enviado por Daniel Martins*

Mamãe Eu Quero, Mamãe Eu Quero!

Daniel Martins*

É impressionante como o ser humano (não humano) vive em uma comunidade onde todos os seus problemas são socializados, isso quer dizer divididos entre todos os cidadãos desde os mais ricos até os mais pobres, e todos os benefícios são privatizados ficando o “bendito lucro” sempre nas mãos das classes mais abastadas.
Quando a humanidade resolveu dar o devido crédito ao “bendito lucro” deixou claro para ela mesma, que muitos se sacrificariam por um estilo de vida que beneficiaria poucos felizes que viciaram em mamar nas tetas da sociedade e como uma criança faminta, é claro que não vão largar nunca. Primeiro porque o ser humano (não humano) é o único mamífero na face da Terra que toma leite a vida inteira! O chimpanzé, primata muito semelhante aos humanos (não humanos) bebe leite quando filhote, mas desmama com o passar do tempo. O elefante, gigantesco animal que desprende uma energia colossal também desmama. A baleia no fundo do mar também toma seu leitinho, mas desmama. O gambá desmama. O ouriço desmama. O bugio desmama. O veado desmama. O morcego desmama. SÓ O TAL DO SER HUMANO (NÃO HUMANO) É QUE NÃO DESMAMA!
É claro que isso faz parte do processo evolutivo do Homo sapiens, porém diferente do que o próprio ser humano (não humano) acredita, evolução é completamente diferente de progresso.
Evolução é a capacidade de adaptação de um ser vivo às condições ambientais que garantirá sucesso no processo competitivo entre as espécies diferentes e entre indivíduos da mesma espécie. Já progresso é o melhoramento gradual das condições econômicas, sociais, culturais e ambientais da humanidade que vai do bom para o melhor. Como percebe-se, evolução é um processo que atinge todos os seres vivos mas que age de maneira diferente em cada um, já progresso é um esforço coletivo para o bem estar coletivo.
Segundo porque o “bendito lucro” é considerado resultado do progresso da pequena parcela de seres humanos (não humanos) que conseguiram uma teta bem grande e cheia e que dá condições para adquirir o seu próprio bem estar, e que dá condições de iludir os sem teta de que tudo está indo bem e que é só continuar tocando a vida que a situação melhora.
Um exemplo disso é o tal do agronegócio. Hoje considerada uma palavra mágica, o agronegócio é a solução para os problemas do campo. Que problemas! Esse tal de agronegócio visa aumentar a produção, para aumentar as exportações, para aumentar o superávit, para aumentar o “bendito lucro” do latifundiário exportador, para aumentar cada vez mais sua grande e gorda teta. Claro porque hoje, quem é “agronegociador” é um ser humano (não humano) que tem uma bela de uma plantação de soja, ou de cana-de-açúcar, ou de café, ou de laranja que emprega no máximo 20 seres humanos (não humanos) sem teta, pois suas máquinas fazem o papel de batalhões, e que continua a expandir sua teta, a preço de banana, destruindo a única riqueza do ser humano (não humano) sem teta que são as fontes de recursos naturais, à custa do “bendito lucro”.
Outro exemplo é o falado Tratado de Kioto. Uma bela proposta com o objetivo de diminuir drasticamente os agentes poluidores do planeta em prol do progresso da humanidade.
Todo mundo achou bonito e importante. Só os Estados Unidos, apreciadores e detentores de uma bela de uma teta é que não assinaram, pois como eles mesmos dizem: “Teta tem que ser grande!” E o mundo, cheio de seres humanos (não humanos) acatou o seu processo evolutivo e não tomou nenhuma medida concreta, nenhuma reclamação consistente, NADA! Estamos simplesmente olhando para a teta dos outros!
Todos no mundo, inclusive você caro leitor, são seres humanos (não humanos), mamíferos que não desmamam apreciadores das tetas da humanidade. Dessa forma, para garantir o progresso da sociedade é necessário que todos bebam desse leite. Afinal de contas leite é rico em proteínas, carboidratos e sódio.

* Daniel Martins é biólogo, e atua há 6 anos em conservação dos recursos naturias gerenciando uma área de preservação particular nos arredores de São Paulo, implantando atividades de recuperações de áreas degradadas e soltura de animais silvestres, além de fiscalização ambiental. É também consultor e fundador da Imyraekos Planejamento Ambiental.

 

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